quarta-feira, 25 de maio de 2011

Onisciência x Liberdade

Onisciência (português brasileiro) ou omnisciência (português europeu) é a capacidade de saber tudo infinitamente (ad infinitum), incluindo pensamentos, sentimentos, vida, passado, presente, futuro, e todo universo, etc.


Será que o homem é realmente livre como pensa e acredita ser?
Desde que me entendo por gente e me declarei cristã, tenho me deparado com alguns argumentos religiosos contraditórios.
Quando me deparo com o conceito de onisciência (que é um dom exclusivamente divino), entendo que onisciência é o conhecimento de todas as coisas, inclusive no espaço-tempo, ele sabe tudo, controla tudo. Sabe tudo o que aconteceu e também o que acontecerá. Sendo assim Deus sabia que nasceríamos ( sabia inclusive que eu escreveria isso hoje #sinistro ), antes de nascermos, e sabe também o que seremos, o que nos tornaremos no futuro. Esse conceito foi gerado por Santo Agostinho (354 - 430 D.C) e nos remete  ao princípio da predestinação (que nada mais é do que: " todo homem já nasce datado, endereçado e destinado "), então perae (#Paratudo) Então que história é essa de livre-arbítrio que andam pregando por aí?. Surge com São Tomas de Aquino (1225 - 1274) o que conhecemos como livre-arbítrio (o homem através de suas escolhas regendo seu próprio destino). O que? Como o homem pode ser livre pra escolher se ele nasce predestinado, se Deus já sabia o que aconteceria? Então houve manipulação? 
Não existe liberdade de escolha (ou qualquer outro tipo de liberdade) se houver qualquer tipo de manipulação ou moderação. É aí que o argumento da onisciência de Deus se choca com o livre-arbítrio do homem. A liberdade que a religião te dá é limitada, posto que se você não escolher o caminho do bem você terá consequências ( o que te influência e muito na hora de escolher [ O cara pensa: " Vou escolher ir pra uma festa, por exemplo, vou beber, dançar e etc. Mas terei consequências depois. Então não compensa escolher ir] pronto, a escolha foi influênciada. Não que você não tenha opções, você realmente as tem mas não existe flexibilidade na escolha. É aquela velha história "Pro céu vai quem quer, pro inferno é obrigado a ir", então se eu não for pro céu eu tô FUDIDO, claro que eu vou querer ir pro céu. Então eu não sou livre pra escolher (quebra-se o conceito de liberdade explícito acima). 


Então, o livre-arbítrio não existe ou Deus não é onisciênte ? 










Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; (1 coríntios 1:27 )














ps: gente não sou ateia, pelo amor de Deus, mas sou inteligente (e creio que vocês também) o suficiente pra entender que teorias são humanas e somos falhos e Deus é soberano. Estou apenas expondo opiniões minhas o que é válido e legal.

quarta-feira, 23 de março de 2011

28/07/010

São 00:48hs, eu olho no relógio e o sono me falta. O que tem tirado meu sono? Esse medo de que meus sonhos se frustrem e de que as minhas certezas não passem de apostas.
O tempo passou, e eu não sou mais aquela garotinha de 13 anos que se via encantada diante de pouca coisa, não tenho mais tantos sonhos mirabolantes. As coisas agora funcionam diferente, o jogo mudou.
Estou a três meses da decisão que pode mudar a minha vida e as coisas só se confundem mais. Meus pais me pressionam de um lado, do outro fica o meu querer e o que de fato me liberta. Quero poder ser excelente na minha escolha, mas não sei se estou pronta pra isso.
Meu perfeccionismo ora ajuda, ora atrapalha, posto que eu não suporto errar (principalmente se tratando de escolhas). Queria que algo viesse e mudasse tudo, não me mostrasse o que fazer porque eu odeio qualquer tipo de imposição, mas uma luz na minha mente, uma voz de calmaria, talvez um som em meio a um deserto de dúvidas. Sentir-se responsável pelo meu futuro é terrivelmente encantador, me liberta, posto que é algo que só eu, única e exclusivamente eu, que posso fazê-la. 

Difícil, mas é um momento muito meu ...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Eu !

"A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar"
(Fernando Pessoa)

Será que sou só eu ?
As vezes me pego sendo tão racional, que tenho até a audácia de me comparar ao eterno Fernando Pessoa.
Na verdade desde pequena me senti muito diferente dos outros ( não que eu me sinta especial ), mas no sentido de ser esquisita, estranha, incomum.
Eu fui uma criança que gostava de ler, escrever ( MUITO ) e de estudar. É, você não leu errado, eu gostava ( e gosto ) de estudar. O que já é um ponto, no quesito diferente. Admitamos que são raríssimas excessões as crianças que tem por gosto estudar.
Bom, enquanto ao racional, sou sim e sempre fui, pra falar a verdade. Nunca penso com os sentidos, penso com a razão. Sim, até sou fria às vezes ( na maioria das vezes ), mas sou assim, não me fiz assim. Sou também muitas.

Inúmeras vezes me peguei fora de mim, ao escrever um poema, por exemplo, como o próprio Fernando ( se me permiti, ô tão genial autor, tal aproximação ) que tem os seus heterônimos. Na verdade, tenho pelo menos 4 faces, além da que uso nesse exato momento ao escrever essas palavras.
Me sinto algumas vezes Álvaro de Campos, querendo sentir as coisas ao sumo de suas complexidades, me doando até mesmo à arte do sensitivismo. Outrora, me sinto simples como Ricardo Reis na concepção de mundo e na aceitação das relatividades da vida. Por hora, quero ser Caieiro, acreditar que as coisas não passam de coisas e que não há mistério que cerque a natureza e nem tão pouco o homem e Deus. E caio em mim, propriamente Fernando, certamente Renata, cheia de heterônimos. E será que isso que sou, nesse momento o qual vos escrevo sou eu ? ou sou poeta-fingidora ( se é que posso me considerar poeta ) e não tenho um "eu" fixo? e vou mudando constantemente e tudo isso sou eu e eu não sou ninguém, nem nada.

 " Não sou nada,
  Nunca serei nada.
  Não posso querer ser nada.
  À parte isso, tenho em mim TODOS os sonhos do mundo "
               (Tabacaria - Álvaro de Campos)




por: Renata Santos